segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Finais felizes

E não, não vou falar de massagens duvidosas.

Acho que a única vez em que o fim de um affair, um "aqueço de cama" (inventadinha agora) pode ser bem levado por ambas as partes é o exemplo do que tive esta primavera passada com o alemão.

Conhecemo-nos no tinder, fomos sair juntos, dormi na casa dele nessa noite, optimas conversas ao som de muito boa música, muito bom sexo à mistura com um copo de vinho e um cigarro ocasional. A utopia dos encontros do tinder. A partir dessa noite foram quase todas as seguintes até ao fim das férias, duas semanas muito muito boas. Podia ter-me apaixonado gravemente, mas sabíamos que nunca resultaria, não valia a pena sofrer por uma batalha que parecia à partida uma derrota, e desde o início isto ficou esclarecido, o que ajudou bastante a aproveitarmos o que tínhamos enquanto o tínhamos. Passeios com o cão dele na floresta negra, fazer jantares às tantas da madrugada, sexo pela manhã, serenatas de piano pela noite fora. Tudo isto em muito bom, como nunca tinha tido. Fez-me bem, fez-lhe bem. A felicidade sabe bem mesmo quando tem um prazo de validade, quando tem um fim anunciado. Fui mesmo muito feliz naquelas duas semanas. Claro que sonhei "e se não ficasse por aqui?", não sou perfeita, pensei nisso, mas cheguei sempre à conclusão adequada, sofrer não deveria fazer parte do menu. A despedida não foi fácil mesmo assim, houveram lágrimas, palavras trocadas com muito carinho e a promessa de recordar aquelas semanas sempre com um sorriso, como das mais bonitas de sempre. Uma lamechice pegada, eu sei. Mas foi mesmo assim, puro.
Ainda falámos algumas vezes no skype depois, algumas mensagens trocadas de quando a quando no whatsapp. Mas sempre com o cuidado de dizermos que queríamos que o outro fosse feliz, com quem encontrasse pelo caminho. E assim aconteceu.

Hoje, seis meses depois, de volta ao país onde nos conhecemos, sei que ele está feliz com outro alguém. Que a ama, que está bem. E juro que fico genuinamente feliz por ele. Vai para sempre pertencer às minhas melhores memórias, mas sem resquício de qualquer sofrimento, só saudade de me sentir feliz.

Um final feliz diferente não deixa de ser um final feliz. Acredito neste tipo de finais felizes.

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